Em pesquisa realizada pelo Grupo LocadoresBR com 95 empresas locadoras, 62,1% avaliam o momento como positivo
Organizar um segmento de mercado é tarefa complexa, vai além de conhecer o perfil das empresas que o compõem. É preciso entender como está o desempenho, a demanda na prestação dos serviços, o ânimo para investimentos, competitividade, perspectivas, entre vários outros fatores. Por isso, o Grupo LocadoresBR implantou uma pesquisa de mercado, para diagnosticar a atuação das locadoras brasileiras de diferentes portes e fazer uma avaliação a partir das respostas.
Intitulada ‘O cenário das empresas de locação no Brasil’, a pesquisa foi respondida por 95 empresas de pequeno e médio porte, sediadas em diferentes estados brasileiros. No levantamento, 62,1% dos entrevistados responderam que avaliam o cenário econômico atual está favorável para a locação. Destes, 57,9% consideram o momento bom e 4,2% reconhecem como excelente essa atual conjuntura.
“Percebemos que o mercado tem melhorado de duas formas distintas. Primeiro, devido ao aumento da quantidade de obras civis, sejam pequenas reformas, manutenção residencial, projetos na área da habitação e de infraestrutura, em grande parte impulsionadas pelo aquecimento de setores como mineração, petróleo e agronegócio”, reconhece Júnior Maciel, conhecido como Júnior Original, vice-presidente do Grupo LocadoresBR e responsável pela pesquisa.
O segundo ponto, de acordo com Júnior, é que as pessoas já entendem os benefícios práticos e econômicos da locação e estão aderindo. “Hoje não somente empreiteiras, indústrias e especialistas da área da construção buscam equipamentos no rental, o consumidor final também recorre às locadoras para suprir suas necessidades em máquinas e ferramentas para pequenos reparos e manutenções residenciais”, complementa.
Momento desfavorável para alguns
Contudo, ainda há um percentual de locadores que não conseguem enxergar melhora no cenário da economia brasileira, nem nos negócios no setor onde atua. Dos 95 entrevistados, 32,6% avaliam o momento como ruim e 5,3% consideram péssimo. Na percepção de Júnior, muitos estão descontentes porque não investem em máquinas nem em processos, com isso acabam sendo engolidas pela concorrência.
“O mercado de rental está mais competitivo, as locadoras saíram do amadorismo em que permaneceram por muitos anos, para se aprimorarem em gestão, fazer investimentos em tecnologia, governança corporativa, processos de vendas estruturados com CRM, taxas de conversão de clientes, boa gestão tributária e análise de indicadores. Essa evolução é uma consequência da melhoria de processos e do crescimento da atividade, diante de um mercado cada vez mais exigente”, enumera Júnior.
Isso significa que o mercado não aceita mais a informalidade e quem não acompanhar a evolução, não terá o mesmo resultado daqueles que se aprimoram. Embora todas as regiões brasileiras estejam atraentes para o setor, a concorrência existe e as empresas precisam estar mais preparadas em qualidade e atendimento, independente do porte, senão as chances de sobreviver são remotas.
Aquisição de novos equipamentos
Quando perguntado sobre onde pretendem realizar investimentos nos próximos três meses, 62,1% dos entrevistados responderam que querem adquirir novos equipamentos e 29,5% atualizar frota. Essa tendência vem sendo confirmada há alguns anos, principalmente porque o rental lidera nas compras de alguns tipos de máquinas. De acordo com Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), as empresas de locação são responsáveis por comprar no Brasil de 90 a 95% de gruas, guindastes e plataformas de trabalho aéreo; de 70 a 80% de torres de iluminação; 65 a 75% de betoneiras e de 55 a 60% de geradores.
Na sequência, 28,4% dos respondentes informaram que pretendem investir em expansão do negócio, e 14,7% em tecnologia. Sob esse prisma, Júnior destaca que os investimentos por parte dos locadores em sistemas de gestão, tecnologias e melhorias de processo ainda é tímido, mas é um importante diferencial competitivo para o bom desempenho das empresas.
Comparativos de desempenho
Ao equipararem o desempenho dos negócios nos meses de maio e junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, os locadores mostraram clareza nas respostas. Enquanto 41,1% reconhecem que a fase atual está melhor e 35,8% não viram alteração significativa, 23,2% consideram o atual momento pior.
Os dados apontam que menos de 25% da amostra de entrevistados percebeu retração do volume de negócios em 2024, enquanto as maiores fatias das empresas (quase 77%) entendem que o cenário está melhor ou igual, independente dos ânimos em relação à economia do país. Por fim, numa escala de 1 a 10, onde 1 é totalmente baixo e 10 totalmente elevado, os entrevistados avaliaram o desempenho da sua empresa no último mês. A maior quantidade de pessoas optou por ficar entre 8 (24,2%), 7 (23,2%), 5 (18,9%) e 6 (14,7%). Somente 9 pessoas escolheram nota 9 (9,5%) e 3 marcaram nota 10 (3,2%). Poucos avaliaram o desempenho como baixo, sendo 1 na escala 2 (1,1%), 2 na escala 3 (2,1%), e 3 na escala 4 (3,2%).