Se você é locador de máquinas, deve ter ouvido muita gente falar da tal Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Mas o que isso tem a ver com o dia a dia da sua locadora? Na prática, muita coisa. Ela é a taxa que o Banco Central usa para controlar a inflação. Quando os preços começam a subir demais, o BC aumenta a Selic para esfriar a economia; o problema é que junto com o freio na inflação vem também o aumento dos juros nos bancos.
Atualmente, a Selic está em 15% ao ano – um dos patamares mais altos dos últimos tempos. Isso significa que o custo de pegar dinheiro emprestado ficou bem mais salgado.
E o que isso muda para o mercado de aluguel de máquinas?
Financiamento de máquinas mais caro
Se antes já era difícil financiar uma escavadeira, um compressor ou uma plataforma elevatória, agora o desafio é maior ainda. Os juros altos deixam os financiamentos com parcelas maiores e prazos menos atraentes. Quem estava pensando em renovar ou ampliar a frota precisa fazer as contas com muito mais cuidado.
Custo de capital nas alturas
Muitas locadoras usam empréstimos ou crédito rotativo para manter o fluxo de caixa ou comprar equipamentos. Só que agora o custo desse dinheiro subiu. Ou seja: está mais caro rodar o negócio usando capital de terceiros.
Clientes também mais cautelosos
Não são só as locadoras que estão sentindo o impacto. Muitas construtoras, mineradoras e prestadores de serviço que alugam equipamentos estão segurando os investimentos e os contratos longos. O cenário de incerteza faz o mercado como um todo ficar mais conservador.
E tem alguma oportunidade nisso tudo?
Mais demanda por aluguel
Se os clientes estão com dificuldade para financiar máquinas próprias, a locação vira a melhor saída. Em vez de comprar, eles preferem alugar por períodos mais curtos, para não imobilizar capital.
Valorizar a frota que você já tem
Locadoras com uma boa frota disponível, bem cuidada e com manutenção em dia podem aproveitar para ajustar os preços de locação. A demanda por máquinas usadas ou seminovas também cresce.
Criar soluções mais flexíveis
Oferecer pacotes diferenciados, contratos com prazos variados ou serviços agregados pode ser uma boa estratégia para atender os clientes que estão fugindo de grandes compromissos financeiros.
Dicas rápidas para o locador atravessar essa fase:
- Negocie com os bancos: busque taxas fixas ou condições melhores se for inevitável pegar crédito.
- Controle o caixa com atenção redobrada: evite endividamento desnecessário.
- Mantenha a frota em dia: máquina parada é prejuízo.
- Converse com os clientes: entenda as novas necessidades deles e adapte suas ofertas.
