O mês de julho de 2025 trouxe um cenário de contrastes para o setor de locação de máquinas e equipamentos, segundo a pesquisa O Termômetro das Locadoras, realizada pela Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos (Alec). Se por um lado, houve aumento no número de clientes e melhora no desempenho de parte das empresas, por outro a inadimplência e a estagnação nos reajustes de preços exigem atenção redobrada.
Metade das locadoras (50%) registrou resultados melhores em relação a julho de 2024, e 51,6% avançaram frente a junho deste ano. Porém, 28,1% apontaram queda na comparação anual e 25% tiveram recuo mês a mês. O dado mais positivo vem da prospecção: 73,4% conquistaram novos clientes.
Apesar disso, o controle de receitas continua sendo um desafio. 28,1% das empresas registraram aumento da inadimplência e apenas 15,6% promoveram reajustes na tabela de preços — um percentual baixo diante do impacto da inflação e dos custos operacionais. Para a Alec, isso pode indicar receio em repassar aumentos ao mercado ou dificuldade em negociar reajustes com clientes, especialmente em contratos de longo prazo.
O levantamento mostra também o perfil das empresas respondentes: 100% atuam na construção civil, 39,1% atendem pessoa física e 23,4% têm presença no comércio. A faixa de faturamento mensal é bastante distribuída, com destaque para as locadoras que faturam entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão (28,1%) e as que superam R$ 1 milhão (20,3%). A participação na pesquisa foi majoritariamente de empresas paulistas (78,1%), mas também contou com representantes de outros 12 estados.
O que dizem os números
Para especialistas, o crescimento da base de clientes é um sinal de que o setor segue dinâmico, impulsionado por pequenas obras, reformas e investimentos regionais. No entanto, o aumento da inadimplência, combinado à baixa frequência de reajustes, pode corroer margens de lucro e comprometer a saúde financeira das empresas no médio prazo.
“O cenário pede uma gestão financeira atenta, com políticas claras de cobrança e controle de fluxo de caixa, sem deixar de investir na fidelização dos novos clientes conquistados”, avalia a Alec no estudo.
Perspectiva
Com a chegada do segundo semestre, a expectativa é que o ritmo de obras cresça em algumas regiões, especialmente nas áreas urbanas. Para aproveitar o momento, a recomendação é equilibrar cautela e ousadia: reforçar o relacionamento com clientes, buscar eficiência operacional e, quando possível, negociar reajustes sustentáveis. Afinal, conquistar novos contratos é importante, mas mantê-los saudáveis é o que garante a longevidade do negócio.