Adriano colecionava máquinas para trabalhar em obras e isso fazia a diferença no serviço que prestava. Um dia ele enxergou a possibilidade de transformar a paixão num negócio
Uma locadora de máquinas da cidade de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, teve a trajetória iniciada por uma paixão do seu proprietário: colecionar equipamentos. Adriano Alves Ribeiro, diretor da Loc Cobra, sempre foi um entusiasta por adquirir máquinas para obras de construção civil, antes de entrar para o ramo de locação. Ele trabalhava com pintura, mas já tinha roçadeira, martelete, escavadeira, andaime, lavadoras de alta pressão, betoneira de diferentes marcas, e sempre creditou aos equipamentos a rapidez e a produtividade para a realização das obras.
Sua variada coleção de itens despertava o interesse dos colegas, que não se faziam de rogados em pedir equipamento emprestado. Ele não sabia dizer não e acabava emprestando, inclusive alguns eram devolvidos com defeito, por falta de cuidado. Essa experiência de compartilhar equipamentos próprios foi decisiva para ele perceber a necessidade das pessoas por esse tipo de produto.
O ano era 2011 e Adriano bem conhecido na região, quando teve a ideia de passar a cobrar pelo empréstimo dos itens da sua coleção, montando um pequeno negócio de aluguel na sua própria residência. “Quando as pessoas o procuravam para pedir equipamento emprestado, ele informava que a partir daquele momento estava alugando”, lembra Noeme da Silva Gomes, esposa e sócia da Loc Cobra.
Conforme a procura foi aumentando, houve a necessidade de adquirir maior quantidade de equipamentos e buscar um ponto maior para montar a loja, num espaço mais amplo para atender a demanda. A partir desse momento, Loc Cobra começou a ser melhor estruturada com maior diversidade de itens, alugando também parafusadeiras, furadeiras, grupo gerador, caminhão Munck, mini-grua, balancim, régua vibratória, andaime fachadeiro, betoneira, perfuratriz, entre outros tipos de máquina.
“No início éramos leigos, não adotamos um processo de gestão adequado, então as pessoas danificavam as máquinas e acumulávamos prejuízos. Mas com o passar do tempo, incluímos regras contratuais, sistematizamos um processo de triagem para saber onde e como o equipamento será utilizado, em que tipo de obra vai trabalhar, critérios de limpeza para devolução da máquina, manutenção, enfim, aos poucos fomos profissionalizando o negócio”, descreve Adriano.
Recentemente, a Loc Cobra mudou para um novo ponto em Ubatuba, no bairro do Lázaro, contratou mais funcionários e montou um showroom com minigrua montada, guincho de coluna, peneira elétrica, andaime fachadeiro, entre outros equipamentos. “Essa exposição de portfólio é importante, porque muitas vezes o cliente vai em busca de uma máquina e descobre outras mais difíceis de serem encontradas na região”, explica. A empresa atende às regiões de Ubatuba, Parati e Laranjeiras.
De acordo com Adriano, todo tipo de obra necessita de máquinas alugadas, embora os clientes tenham diferentes perfis. “As empreiteiras buscam equipamentos com frequência no rental, embora o lucro com esse tipo de cliente fique, em parte, comprometido devido a custos com manutenção, uso excessivo e danos na parte técnica. O consumidor final também aluga para trabalhar em obras de menor porte. Esse público geralmente é mais cuidadoso e receoso de devolver o produto com problemas”, explica.
Cerca de 65% a 70% da demanda da Loc Cobra é por parte de construtoras, que compram pacotes de locação diária, semanal, quinzenal e mensal. Os valores tendem a baratear conforme aumenta o tempo da máquina alugada.
Assim como a maior parte das locadoras de médio e pequeno porte, a Loc Cobra foi organizando aos poucos a sua estrutura de gestão. A empresa começou a registrar seus pedidos nos famosos bloquinhos com carbono, foi se modernizando por meio de sistemas totalmente digitalizados e focados na atividade de rental. Em relação ao mercado, Adriano destaca que a partir de setembro o mercado de locação na região de Ubatuba tende a aquecer em razão de obras de manutenção residencial nas casas de veraneio. As construtoras também passam a se movimentar mais com vendas de apartamentos, após o período de inverno, aumentando a procura por aluguel de escoras, andaimes, marteletes, entre outros.