O governo federal anunciou recentemente a ampliação do Programa Minha Casa Minha Vida, que passa a incluir famílias com renda mensal de até R$ 12 mil e imóveis com valor de até R$ 500 mil. A medida, que inclui recursos do Fundo Social do Pré-Sal, busca dar novo impulso ao setor imobiliário e ampliar o acesso ao crédito habitacional, especialmente para a classe média, historicamente pressionada pelo alto custo dos financiamentos.
Para a professora da Escola de Negócios do Centro Universitário Internacional (Uninter), Aleksandra Sliwowska, a classe média (até R$ 12 mil) é um motor para o mercado imobiliário e a economia, pois tem renda suficiente para consumir, mas muitas vezes depende de crédito facilitado. “Se o governo e bancos conseguirem oferecer financiamentos viáveis, esse grupo pode impulsionar vendas, empregos e o PIB, criando um ciclo virtuoso de crescimento”.
Ela analisa que a medida do governo pode contrabalançar efeitos negativos dos juros altos ao injetar liquidez e subsidiar crédito, mas o cenário ainda depende da trajetória da Selic e da saúde financeira dos bancos. Se a inflação ceder e os juros começarem a baixar, o setor pode se recuperar mais rápido.
A reconfiguração do Minha Casa Minha Vida foi recebida como uma tentativa de reanimar o setor, uma vez que essa medida tem potencial de gerar um efeito multiplicador na economia. “Esse grupo tem poder de consumo significativo, mas enfrenta dificuldades para acessar crédito. Com a mudança, haverá estímulo para lançamentos de médio padrão e valorização de bairros antes pouco explorados”, acredita.
Com juros de 10,5% ao ano dentro do programa – abaixo da média de mercado – e prazos de até 420 meses (35 anos), a expectativa do governo é atender cerca de 120 mil famílias, o que pode gerar R$ 60 bilhões em movimentação econômica.
Essa injeção de recursos gera fluxo positivo para construtoras, incorporadoras e demais agentes de mercado. Outro benefício é o aumento do emprego na construção civil, um dos grandes termômetros da economia, e que tem um efeito cascata, impactando indústrias como aço, cimento, cerâmica e móveis.
Além disso, mais recursos permitem maiores movimentações que beneficiam vários agentes da cadeia de valor imobiliária como corretores, cartórios e seguradoras, além do setor de serviços que engloba eletrodomésticos, móveis, reformas, pintura, decoração, mudanças, entre outros.
Fonte: Cimento Itambé