Característica do setor reflete tendência global de terceirização e otimização de recursos
O mercado brasileiro de guindastes e plataformas de trabalho aéreo passou por uma mudança significativa nos últimos anos. Se anteriormente as construtoras eram as principais compradoras desses equipamentos, especialmente de guindastes, atualmente as locadoras especializadas assumiram esse papel.
Dados da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), em parceria com a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc), indicam que entre 90% e 95% das vendas de guindastes, gruas e plataformas de trabalho aéreo são destinadas a empresas de locação.
Essa mudança no perfil de compradores está alinhada com uma tendência global de terceirização de ativos pesados. Em mercados maduros como Estados Unidos, Europa e Japão, cerca de 60% das vendas de equipamentos de construção são para locadoras. A adoção desse modelo no Brasil reflete a busca por maior flexibilidade operacional e redução de custos por parte das construtoras.
Além disso, fatores como a alta nos preços de aquisição, prazos de entrega prolongados e dificuldades na manutenção de equipamentos têm incentivado a opção pela locação. Segundo a Sobratema, o mercado de locação de equipamentos no Brasil cresceu de 15% para 30% do total de máquinas vendidas na última década.
A digitalização e a inovação tecnológica também têm impulsionado o setor. Empresas de locação estão investindo em soluções que permitem otimizar o uso dos recursos, como modelos de aluguel “on-time”, que oferecem economia de até 70% para os locatários e aumentam em até 40% a rentabilidade dos locadores . Essa reconfiguração do mercado de guindastes e plataformas no Brasil destaca a importância das locadoras como protagonistas na cadeia de fornecimento de equipamentos pesados, oferecendo soluções mais eficientes e adaptáveis às necessidades das obras modernas.