Fundamentais em obras de construção civil, esses equipamentos precisam de um cronograma de manutenção para se manterem eficientes. Com o passar do tempo, eles apresentam desgaste natural, falhas em rolamento e superaquecem
Os compressores de ar são equipamentos fundamentais no canteiro de obras. Versáteis, eles alimentam ferramentas pneumáticas, auxiliam na limpeza de superfícies, na aplicação de revestimentos e até em escavações. Mas, como todo equipamento de alta performance, exigem cuidados rigorosos para garantir durabilidade e funcionamento pleno.
Para entender melhor os principais pontos de atenção e manutenção, a Revista LocadoresBR conversou com Reinaldo Malandrin, especialista da GeraSuper, empresa com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, que atua no segmento de locação de compressores. Ele ressalta que esses equipamentos são verdadeiros pilares da construção civil moderna e que a locação se mostra a melhor alternativa para construtoras, pois reduz custos operacionais e garante acesso a tecnologias atualizadas.
Manutenção preventiva é indispensável
Segundo Malandrin, o desgaste natural, o superaquecimento, falhas em rolamentos e problemas com fluidos são ocorrências comuns nos compressores. Porém, muitas delas podem ser prevenidas com um cronograma de inspeção bem estruturado. “Esse planejamento permite detectar precocemente problemas simples, evitar danos graves e inesperados”, explica.
Ele destaca que o vazamento de ar, por exemplo, é uma falha comum que compromete diretamente a eficiência do equipamento. Isso pode ocorrer por falhas em juntas, mangueiras, conexões ou vedações, levando à perda de pressão e desempenho.
Outro vilão dos compressores é o superaquecimento, geralmente causado pela falta de lubrificação adequada ou pelo uso de óleos não recomendados pelo fabricante. “O nível baixo de óleo também pode gerar sobrecarga, desgaste prematuro das peças e até travamento do motor”, alerta Malandrin.
Umidade: atenção redobrada
Por captarem ar do ambiente, os compressores estão sujeitos ao acúmulo de umidade no reservatório, o que pode causar corrosão e comprometer o desempenho. Mesmo com drenagem regular, a recomendação é fazer inspeções periódicas com emissão de laudos e realizar uma verificação visual frequente. “Hoje já existem dispositivos e sensores que monitoram a umidade e alertam sobre a necessidade de drenagem, o que ajuda bastante na prevenção”, observa o especialista.
Filtros e correias: o que provoca desgaste prematuro
O uso intenso, a contaminação por poeira, produtos químicos inadequados e temperaturas extremas são fatores que aceleram o desgaste dos filtros. Já as correias sofrem com o desalinhamento, falta de manutenção e até com o contato com óleo. Quando ultrapassam o tempo de vida útil, começam a vibrar e podem romper, gerando efeitos colaterais em outras partes do compressor.
Para garantir a máxima eficiência e segurança dos compressores de ar, é essencial que o locador siga uma rotina de manutenção preventiva abrangente. Reinaldo Malandrin recomenda atenção especial a treze pontos fundamentais que ajudam a preservar o desempenho do equipamento e evitar falhas.
O primeiro item da lista é a verificação das válvulas de segurança, responsáveis por controlar a pressão no reservatório e evitar riscos de explosão. Existem dois tipos principais: a válvula de alívio, que se abre ao atingir uma pressão pré-determinada, e a válvula de fechamento, que impede o funcionamento do compressor quando o limite seguro é alcançado. Ambas devem passar por testes periódicos e manutenção regular.
Em seguida, deve-se manter o reservatório sempre limpo, removendo resíduos e sujeiras acumuladas que podem afetar o funcionamento interno. A troca de óleo lubrificante também é indispensável e deve seguir rigorosamente as orientações do fabricante, já que o uso de óleo inadequado ou em quantidade insuficiente pode provocar superaquecimento e danos ao motor.
Os filtros de ar precisam ser limpos ou substituídos com frequência para garantir a qualidade do ar comprimido e o bom desempenho do sistema. Além disso, mangueiras e conexões devem ser inspecionadas regularmente para identificar sinais de desgaste, trincas ou vazamentos que comprometam a pressão e a eficiência do equipamento.
Outro ponto importante é o reaperto de parafusos e conexões, que podem se soltar com o uso constante e provocar vibrações ou falhas. A verificação do sistema elétrico também deve fazer parte da rotina, garantindo que fios, conectores e componentes estejam em bom estado e não apresentem riscos de curto-circuito ou panes.
Nos compressores que utilizam água no processo, é necessário monitorar o nível e a qualidade da água, evitando contaminações e garantindo o bom funcionamento do sistema. Também é fundamental manter o radiador limpo, para prevenir o superaquecimento do motor.
A pressão e a temperatura de operação devem ser constantemente monitoradas, pois qualquer desvio pode ser um sinal precoce de anomalias internas. Da mesma forma, a realização de inspeções acústicas pode ajudar a detectar ruídos anormais, indicativos de desgaste ou falhas escondidas.
Outro cuidado essencial é a drenagem da água acumulada no fundo do reservatório, já que a umidade pode provocar corrosão e comprometer tanto a estrutura quanto a qualidade do ar comprimido. Por fim, sempre que possível, recomenda-se contar com uma empresa ou profissional especializado em manutenção de compressores, garantindo que intervenções mais complexas sejam feitas com segurança e conforme as normas técnicas.