A indústria da construção civil no Brasil está diante de um desafio alarmante: a escassez de mão de obra qualificada. Dados recentes da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelam que 39% dos empregadores do setor enfrentam “muita dificuldade” para contratar profissionais capacitados, especialmente nas etapas finais das obras, como acabamento e instalação de materiais .
Essa carência de profissionais tem impactado diretamente nos custos do setor. Em 2024, os custos da construção civil aumentaram 6,54%, com a mão de obra liderando os aumentos, registrando uma alta de 8,56% no último ano . Além disso, a idade média dos trabalhadores do setor é de 42 anos, o que indica um envelhecimento da força de trabalho e uma menor atratividade da profissão para os jovens .
A informalidade também agrava o problema. Práticas como pagamentos por produtividade sem registro em carteira são comuns, o que prejudica os direitos dos trabalhadores e dificulta a atração de novos profissionais para o setor.
Diante desse cenário, as construtoras estão buscando alternativas para mitigar a crise. Investimentos em tecnologia, como o uso de robôs, drones, impressoras 3D e softwares avançados, estão sendo adotados para automatizar processos e reduzir a dependência de mão de obra . Além disso, estratégias de retenção de talentos, como planos de carreira e melhoria do clima organizacional, estão sendo implementadas para atrair e manter profissionais qualificados.
A crise de mão de obra na construção civil brasileira é um alerta para a necessidade urgente de investimentos em qualificação profissional, valorização da carreira e modernização dos processos construtivos. Sem essas medidas, o setor corre o risco de enfrentar atrasos em obras, aumento de custos e perda de competitividade no mercado.